Olhos de farol – Vivo

1999

Olhos de Farol ::: Vivo

O show estreou no Metropolitan, no Rio. Foi um espetáculo para os olhos, ouvidos e principalmente para os quadris. Para quem estava acostumado com um Ney mais contido como nos seus últimos shows, dessa vez "Olhos de Farol" teve o impacto de um furacão. Ney que explodiu de sensualidade e irreverências nos anos 70, estava de volta, cantando algumas músicas, que por muito tempo havia decidido catalogar como se fossem pecas de sua arqueologia. “Eu sempre tive receios de reeditar velhos sucessos”. Esses temores já não o afligem mais principalmente a contar pelo “frisson” da torcida ao saber que iria pode ouvir, tantas primaveras depois, na voz cristalina e personalíssima do cantor as inesquecíveis “O Vira”, “Sangue Latino” e “Homem com H”.
No repertório vários compositores novos. Mas no palco, entre adereços de Antônio Bernardo, figurino de Ocimar Versolato e cenografia de Cláudio Tovar, o veterano Ney. O mesmo que, no inicio dos anos 70, personificou a contra cultura comportamental, chocando frontalmente à direita e intrigando a esquerda.
O cantor entra em cena com uma peca de cobre que veste sua cabeça desenhada pelo joalheiro Antonio Bernardo, que também desenhou dois braceletes e 18 anéis. “Ney tem um traço animal em cena. Todas as peças parecem escamadas como pele de cobra tudo foi pensando buscando a mobilidade.”, explicava Bernardo.
O cenário foi produzido por Cláudio Tovar. Era composto por duas colunas, cada uma de 5,15m de altura, com quatro leões desenhados em cada capitel. “Eles eram dourados e citam a cultura bizantina”, explicava Tovar. Delas saiam tecidos indianos. A cenografia refletia um olhar oriental do Ney. A materialização do cenário foi feita por uma empresa de Bangu e teve a execução do aplaudido entusiasmado pelo cantor.
Ney não queria que o espetáculo ultrapassasse a duração de 1h e 20 minutos, o repertorio tinha aproximadamente 18 músicas mais três bis. A ordem das musicas foi toda planejada pelo cantor e os arranjos foram escolhidos de forma coletiva. Ney fazia uma ponte com a sua origem. Da época dos Secos & Molhados ele retomou clássicos como “O Vira”, e “Sangue Latino”. Depois entravam em cena os hits como “Homem com H“ e “Pro Dia Nascer Feliz”, tinha mais sucessos de Cazuza “Exagerado” que Ney cantava sentando em uma escada levando a platéia à loucura, do Skank tinha a música “Garota Nacional” de Erasmo Carlos tinha “Mesmo que Seja Eu”. Havia um momento light com a música inédita de Cazuza “Poema”.
Ney mostrava que estava bem à vontade, em grande forma, no final o bis apoteótico “Pro Dia Nascer Feliz”, com o publico cantando e dançando nas laterais do palco, encerrando o show em grande estilo.

Obs: As músicas podiam sofrer algumas alterações no decorrer dos shows.

SET LIST

 Mulher Barriguda
 Com a Boca no Mundo
 Miséria no Japão
 Vira-Lata de Raça
 Novamente
 Poema
 Olhos de Farol
 Mesmo Que Seja Eu
 Faço de Tudo
 A Balada do Cachorro
 O Vira
 Exagerado
 Fazê o Que
 Bomba H
 Último Dia
 Garota Nacional
 A Cara do Brasil
 Sangue Latino
 Rosa de Hiroshima
 Balada do Louco
 Homem com H

BIS

 Pro Dia Nascer Feliz
 Metamorfose Ambulante

Banda:

** Ricardo Silveira - Violão
** Zé Nogueira- Sax - Soprano
** Arthur Maia - Baixo
** Cláudio Infante - Bateria
** Orlando Costa - Percussão
** Leandro Braga - Piano e teclados
** Márcio Montarroyos - Trompete
** Chico Sá - Sax e Flauta

Produção :

** Direção - Ney Matogrosso
** Produção - João Mario Linhares
** Direção Musical - Ricardo Silveira
** Produtor Executivo - Krishna Viegas
** Luz - Juarez Farinon / Ney Matogrosso
** Som -Vitor Correia
** Cenario - Marcos, Beto
** Camarim - Marivaldo Santos

* Texto e pesquisa de Marcia Hack







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